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Campina Grande, Paraíba, Brazil

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Já ouviu falar em Cutting?



Oi, aqui é a @_giiih_ falando =D~~
Eu estava vagabundando aqui pela net quando começou a tocar a música "Clarisse" de Legião Urbana e tive uma idéia de post.
Antigamente eu me identificava MUITO com essa música, ela falava tudo que eu pensava e sentia.
Eu poderia resumir o post de hoje apenas com um pedaço da letra dela, mas isso será apenas o começo dele.

"E Clarisse está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete.
Deitada no canto, seus tornozelos sangram e a dor é menor do que parece, quando ela se corta ela se esquece que é impossível ter da vida calma e força.

Viver em dor, o que ninguém entende, tentar ser forte a todo e cada amanhecer.

Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente.
Nada existe pra mim, não tente, cocê não sabe e não entende.

E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, Clarisse sabe que a loucura está presente e sente a essência estranha do que é a morte. Mas esse vazio ela conhece muito bem.

Falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo, se que estamos destruindo o futuro e que a maldade anda sempre aqui por perto.

Um mundo onde a verdade é o avesso e a alegria já não tem mais endereço.

Clarisse está trancada no seu quarto com seus discos e seus livros, seu cansaço.

Clarisse só tem quatorze anos"

Então, vocês sabem o que é cutting?



"Cutting" em inglês significa "cortando". Uma prática muito comum entre os jovens, porém perigosa. Considerado uma doença, o cutting envolve várias formas de se machucar como válvula de escape.
[Fonte]


Também chamado de "Auto-Mutilação", é uma forma que muitos jovens usam para "esquecer seus problemas". Dizem que a dor física ajuda a fazer a dor emocional diminuir ou até mesmo sumir.



Vocês devem tá pensando nesse momento: "WTF? Quem é o imbecil que faz isso?"

Uma pesquisa realizada com adolescentes de 12 a 16 anos pela canadense Nancy Heath, professora do Departamento de Educação e Aconselhamento Psicológico da Universidade McGill, em Montréal, no Canadá mostrou que 13,9% já tinham cometido algum tipo de agressão contra o próprio corpo. Cortes superficiais na pele eram os mais freqüentes, seguidos por queimaduras com cigarro ou fósforo. Outro estudo, publicado pelo ‘Journal of Abnormal Psychology’ (publicação científica da Associação Americana de Psicologia) e divulgado em reportagem da revista ‘Time’ sobre o ‘cutting’ no início do mês passado, indica que entre 14% e 39% dos adolescentes americanos já praticaram algum tipo de automutilação.

Geralmente é visto com um certo preconceito e com pensamentos do tipo "Tá querendo aparecer!"
A maioria das pessoas que praticam não se orgulham de suas marcas e nem saem mostrando por aí, muito pelo contrário, escondem e se são vistas dão alguma desculpa do tipo "Foi meu gato!"

Falo porque passei 4 anos da minha vida fazendo isso e sinceramente, não adiantava nada e minha consciência pesava demais no outro dia. Eu sempre usava casacos ou munhequeiras pra esconder e até hoje ainda tenho marcas.

Se você faz isso, procure ajuda imediatamente. Sério, isso não é legal e não resolverá seus problemas.



Causas:
  1. Depressão
  2. Transtorno comportamental
  3. Fobias
  4. Ansiedade
  5. Baixo auto estima
  6. Transtorno alimentares, entre outros.
    [Fonte]


Tratamento:

O acompanhamento médico é única forma de tratamento. Psicólogos e Psiquiatras são os indicados nesse caso. É um tratamento longo e doloroso, mas que depende muito da boa vontade de cada um.[Fonte]


Cinema
A automutilação é tema recorrente no cinema. Retratado por personagens em estado mental de extremo sofrimento, o comportamento aparece em clássicos como ‘Gritos e Sussurros (72)’, de Ingmar Bergman, e em produções recentes como ‘A Professora de Piano’ (2001), de Michael Haneke. Veja alguns longa-metragens que abordam o assunto.


  • ‘Aos Treze’, de Catherine Hardwicke (2003)
Filme mais citado pelos teens que praticam ‘cutting’, mostra a transformação da adolescente Tracy, que vai de nerd a descolada depois que se aproxima de Evie, a garota mais popular da escola. Em sua descida ao inferno, Tracy se corta e usa drogas.


  • ‘Garota, Interrompida’, de James Mangold (1999)
Jovenzinha em crise com 18 anos, nos anos 60, Winona Ryder é mandada pelos pais para um manicômio feminino, onde fica amiga de Angelina Jolie e de outras internas. Uma delas corta os braços e acaba cometendo suicídio. A história é baseada em fatos reais - a personagem de Winona, a jornalista americana Susanna Kaysen, é autora do livro ‘Girl, Interrupted’.


  • ‘Secretária’, de Steven Shainberg (2002)
A personagem-título é uma jovem com problemas familiares que se corta freqüentemente e mantém no quarto um estojo cheio de objetos para a prática. Até que consegue um emprego e se envolve com seu chefe.


  • ‘Geração Prozac’, de Erik Skjoldbajaerg (2001)
Ex-crítica musical, a jovem Elizabeth Wurtzel conta sua história em ‘Prozac Nation’, best-seller nos EUA. ‘Queria saber que, se o desespero ficasse insuportável, eu podia machucar meu corpo. Testei formatos de corte, até o de um coração machucado, para saber se doía como um verdadeiro coração dói. E fiquei feliz ao descobrir que não’, escreveu. A versão para o cinema tem Christina Ricci.
[Fonte]


Lembrem-se:
Essas pessoas não precisam do seu preconceito, precisam da sua ajuda.


Beijos, @_giiih_.



Comentem e respondam a enquete relacionada.

6 comentários:

  1. Conheço uma menina q tem inumeras cicatrízes nos braços por causa disso. Esse troço é sério.

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  2. muito serio mesmo, o pior eh quando a pessoa se afunda muito nesse problema nao quer ouvir ninguem

    cara fiquei passada quando vi no twitter todo mundo comentando do link do blog e dizendo que tbm tinha passado por isso

    eh triste ver que esses problemas sao cada vez mais comuns na nossa juventude

    eu ja passei por isso, e entendo qe as vezes a gente acredita ter motivos o suficientes, mas isso eh muito serio e pode se transformar rapidamente em algo muito grave

    as pessoas precisam parar de ter medo de falar

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  3. Er, oi?
    Meus braços? Marcas? Er.. que marcas? G_G

    Ok, eu entendo o que se passa na cabeça de quem faz isso, porque eu já fiz.
    E nem vou dizer que não vou mais fazer, pq já tinha dito e meu braço tem duas marcas desse ano. :S
    Enfim, Gih já conhece meus braços feios e cheios de cicatrizes >_<

    Blerh
    :(

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  4. Nossa.. e Gisele sempre nos chocando com suas confissões pessoais através do blog e ela não é a única né Ysllia :)

    Adorei o post, muito bom, mto válido, mto útil e importante.

    parabéns amr!

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  5. Excelente o post!
    Como disse o Vyrus: "muito bom, muito válido, muito útil e importante".
    Uma grande parcela de jovens já passou por isso. Um grito de socorro que permanece calado e escondido...
    As marcas ficam. Não só as marcas físicas, mas, principalmente, as emocionais.

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  6. Eu ainda faço isso. Mesmo depois de todo mundo descobrir. Meu braço, tá cheio... e não dá pra parar.
    Faz dois anos já, desde que comecei.

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