Há ainda outros instrumentos tocados na música árabe, mas que não são considerados dentro de nenhuma categoria apresentada anteriormente. Entre eles estão: acordeom, órgão, bateria, guitarra.
Música Árabe
Há basicamente cinco estilos diferentes de música árabe para a dança do ventre.
É importante que a bailarina de dança do ventre conheça as diferenças entre as músicas e saiba identificá-las, para não realizar danças em músicas inadequadas.
E depois é importante que ela acompanhe com seus movimentos as marcações musicais, gerando assim uma sintonia entre o que se ouve e o que se vê, ou seja, causando assim a impressão de que os sons são emitidos pelo próprio corpo da bailarina.
Músicas modernas
Geralmente são lineares, não oferecendo grandes mudanças. Costumam apresentar um ritmo só do início ao fim, e o mais comum é o ritmo said, embora às vezes possa ter também o baladi e o malfuf. Geralmente elas são cantadas, e como exemplos de cantores modernos temos Ehab Tawfic, Amr Diab, bem como Nancy, só para citar alguns.
Por não apresentar grandes variações, este tipo de música é o mais adequado para aquelas que estão começando a dançar, e que provavelmente sentirão dificuldades com uma música clássica, por exemplo.
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Músicas folclóricas
São aquelas adequadas para as danças folclóricas árabes dos mais diversos países, como a dança da Bengala, o Khaleege, entre outros. Entre os ritmos mais presentes estão o Said, o Malfuf, Falahi, o Soudi, o Ayubi.
Estes ritmos também podem estar presentes em outros estilos de música árabe, como as modernas e as clássicas. Ou seja, não é o ritmo que caracteriza o tipo de música. Na música folclórica muitas vezes há a flauta Mizmar, aquela cujo som é agudo e se assemelha a um “mosquito”.
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Músicas Clássicas
São as músicas mais longas, podendo ter até 12 minutos de duração ou mais. São também as mais difíceis de dançar, pois apresentam muitas variações de ritmos, velocidades e instrumentos, exigindo da bailarina, portanto, uma variedade de passos e bem como habilidade para marcar as nuances da música.
Geralmente começam com uma grande entrada, na qual a bailarina se apresenta ao público, fazendo deslocamentos, e podendo entrar com véu. E a música finaliza com essa mesma parte em que se iniciou, e é onde a bailarina se despede do público. No meio da música clássica, os ritmos e os instrumentos variam bastante, e geralmente pode aparecer um solo de percussão, um taksin, uma parte cantada, ou uma parte folclórica. E neste caso cabe à bailarina saber interpretar bem cada momento deste estilo de música grandiosa.
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Solos de percussão
Como diz o nome, só há percussão, não há voz e não há nenhum outro instrumento melódico. O principal instrumento de percussão é o derbak, então ele quase sempre estará presente em um solo.
No entanto, provavelmente também haverá algum pandeiro, podendo ter também snujs. Neste tipo de música a bailarina precisa marcar bem as batidas de percussão na música, já que ela será composta somente por sons batidos. Por isso, este tipo de música requer certa habilidade da bailarina, e para que não perca as batidas da música é recomendado que a dança seja coreografada.
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Taksin
É um tipo de música onde há apenas o som de um instrumento melódico, que pode ser o violino, ou acordeom, ou uma flauta, ou alaúde, ou kanoon, entre outros. Nesta música o músico está improvisando, o que significa que o que está tocando não está escrito, e que não voltará a se repetir da mesma maneira.
No taksin pode haver acompanhamento de um instrumento de percussão ou não. É um estilo de música que requer da bailarina movimentos mais lentos, contidos, com poucos deslocamentos em cena.
Há trechos de taksin em uma música clássica bem como há músicas inteiras de taksin.
Alguns Ritmos
Ayubi
É o nome de uma rádio show no Cairo, que deu origem ao nome deste ritmo.
É um ritmo de
compasso 2/4. Pode ser cantado ou não, lento ou rápido.
Em sua versão lenta ele é mais utilizado para uma dança folclórica chamada Zaar.
Em sua versão acelerada está presente em músicas clássicas, modernas, solos de derbak e folclóricas, que são as versões mais utilizadas pra Dança do Ventre.
Nas músicas clássicas aparece geralmente nas entradas e finalizações, e também em momentos de transição.
É um ritmo linear, curto, constante, sem modificações, portanto não leva muito à inspiração, à diversificação.
Pode ser cantado assim: KA DUM KA DUM.
Baladi
Ritmo de compasso 4/4. Em árabe baladi significa meu povo, minha terra, terra natal, meu país, urbano, minha cidade, ou seja, tudo que tenha origem popular.
É um ritmo em homenagem à terra, ao campo.
É importante e bem conhecido no Líbano. Pode ter diferentes velocidades (mais lenta ou mais rápida).
Presente em músicas modernas, clássicas e folclóricas (dança baladi), assim como em solos de derbak.
Para cantá-lo: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA.
Falahi
Ritmo de compasso 2/4. É a versão rápida do maqsoum, por isso é um ritmo constante e acelerado.
Segundo a bailarina e professora Hayat El Helwa, “falahi vem de Falahim, nome dado aos camponeses egípcios que para amenizar o árduo trabalho, costumam dançar e cantar durante a preparação do solo para nova semeadura e novas colheitas”.
Estes camponeses geralmente moram no interior do Egito e exercem atividades de agricultura ou de pastoril de cabras e camelos.
É um ritmo geralmente tocado em danças folclóricas egípcias, principalmente aquelas ligadas às colheitas, como a dança do Jarro, a dança Gawazi e a dança dos pescadores.
Pode ser cantado assim: DUM TATA DUM TA.
Malfuf
Compasso 2/4. Ritmo de origem egípcia, em que a palavra malfuf significa enrolado ou embrulhado.
É um ritmo constante e curto, porém pode ser acelerado ou calmo.
Em sua versão acelerada é usado na entrada e na saída de cena da bailarina, principalmente nas músicas clássicas árabes. Neste caso, a bailarina pode abusar dos giros e deslocamentos.
Na versão acelerada aparece também em músicas modernas e em músicas folclóricas, como é o caso da dança Hagalla, Dabke, Meleah Laff.
Em sua versão mais lenta pode ser usado na dança do candelabro. Pode aparecer ainda em alguns momentos no solo de derbak.
Para cantá-lo: DUM TATA.
Maqsoum
Compasso 4/4. O nome do ritmo significa “algo que foi partido pela metade”.
Parecido com o ritmo Baladi, mas possui apenas um Dum no início da frase, enquanto que o Baladi inicia-se com dois Duns.
É um ritmo muito utilizado no Egito, e é mais acelerado que o Baladi.
Possui uma versão lenta e uma rápida.
Tocado geralmente em músicas modernas, podendo aparecer também em solos de derbak.
Pode ser cantado assim: DUM TAKATA DUM TAKATA.
Masmoudi
Ritmo de compasso 8/4. Parecido com o Baladi, porém é mais longo, pois seu compasso é de 8/4, enquanto o Baladi é 4/4.
Teve origem em Andaluzia. Uma de suas versões inicia-se com dois duns e a outra com três duns. Assim, podem ser chamadas respectivamente de Masmudi 2 duns, e Masmoudi 3 duns.
É muito utilizado em músicas clássicas, e às vezes em solos de derbak.
Geralmente é lento, o que favorece movimentos de braços, mãos e movimentos ondulatórios.
Para cantá-lo: DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA.
Said
Ritmo de compasso 4/4. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, onde originou-se tal ritmo.
É um ritmo muito importante no pais, bem marcado e alegre, com batidas fortes. No Said há dois Duns no meio da frase, ao contrário do Baladi onde os dois Duns são no início. Presente em músicas clássicas, solos de derbak, músicas folclóricas e na maioria das músicas modernas (cantadas ou não).
Nas folclóricas ele é ideal para a dança da bengala ou do bastão masculina (Tahtib). Nestes dois casos é geralmente acompanhada pela flauta mizmar.
Ritmo também usado na dança Dabke e tocado ainda para a dança dos cavalos, em que estes marcam as batidas mais fortes do ritmo com batidas de suas patas no chão.
Pode ser cantado assim: DUM TAK DUM DUM TAKATA.
Soudi
Compasso 2/4. Ritmo surgido na Arábia Saudita e nos países do Golfo Pérsico (Jordânia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, etc).
Pode ter velocidade mais rápida ou mais lenta.
É característico da dança folclórica khaleege, originária dos mesmos países de onde surgiu o ritmo.
Esta dança geralmente está presente em festas femininas, casamentos, festas familiares. Tem como alguns cantores mais populares: Mouhammad Abdo, Taalaal Maadah e Abdel Majeed Abdallah.
É também tocado em solos de derbak.
Para cantá-lo: TAKATA DUM TA DUM.
Tschifftitilli
Ritmo de compasso 8/4. Parecido com o ritmo Whada wa noz, mas seu final é diferente, pois termina com DUM TAKATA.
É um ritmo turco, usualmente lento e moderado.
Presente geralmente em taksins, em solos de derbak e em músicas clássicas.
Pode ser cantado assim: DUM TAKA TAKA DUM TAKATA.
Zaffe
Ritmo de compasso 4/4. É um ritmo lento, específico para casamentos, usado geralmente para a dança do candelabro.
Nesta dança geralmente a bailarina entra como num cortejo em casamentos antes dos noivos.
Pode ser cantado assim: DUM TAKATATA DUM TATA.
Warda wa noz
Parecido com o ritmo Tschifftitilli, mas seu final é diferente, pois termina com DUM DUM TA.
Ritmo lento, às vezes tocado em solos de derbak, às vezes em músicas clássicas, às vezes em taksins.
Em taksins aparece geralmente junto com instrumentos de sopro ou corda. Em solos de derbak aparece como um início lento.
Já nas músicas clássicas aparece como um preparo para algo mais, geralmente para uma parte mais grandiosa da música.
É um ritmo que possibilita movimentação mais lenta da bailarina, como ondulações, redondos, oitos, movimentos de mãos e braços.
E como ele incita movimentos lentos, geralmente é possível realizar a dança da espada, dança no chão, dança com taças, dança com véu, etc.
Para cantá-lo: DUM TAKA TAKA DUM DUM TA.
Tribal x Dança do ventre
Tribal não é Dança do Ventre, é uma dança contemporânea que usa elementos de várias artes corporais.
Teve origem na observação da dança oriental mais rústica. Quem criou esse estilo, investigou a dança como ela era dançada pelos povos nômades, tribos etc.
Existem vários sub-estilos: O ATS, o Neo-Tribal, o Tribal Fusion, o Tribal Cabaret, o Tribal Gótico, o Tribal Brasileiro, a World Dance etc...
Apesar de ser uma dança com várias influências, também limita a bailarina por ser muito específica e por que elas ficam desnecessariamente presas a um estilo.
[Veja vídeo]
Fonte:
http://www.centraldancadoventre.com.br
http://www.shaidehalim.blogspot.com/
Bjooo!
@_giiih_